Congresso da Associação Americana do Coração apresentou perspetivas animadoras

Trabalhos apresentados no Congresso da Associação Americana do Coração em novembro de 2019 na Filadélfia (EUA) são decisivos para contribuir para a prática médica e a melhoria da vida dos pacientes.

Dentre os estudos apresentados, destaca-se um referente ao tratamento da insuficiência cardíaca com dapagliflozina, um medicamento originalmente usado para o diabetes.

A substância foi testada em pacientes com e sem a doença.

Os resultados são surpreendentes, reduziram-se as hospitalizações por insuficiência cardíaca também naqueles que não são diabéticos.

Trata-se de um remédio que tem ação diurética, ajuda a baixar a pressão arterial, protege o rim e melhora o controle glicêmico.

Esse novo estudo aponta para o surgimento de uma opção adicional e segura para tratar a insuficiência cardíaca em pacientes sem diabetes.

Outro estudo importante apresentado no evento concluiu que não existe diferença na eficácia dos resultados entre o tratamento com medicamentos e a realização de cateterismo em indivíduos com obstruções nas artérias coronárias.

No entanto, ressalto aqui, o tratamento clínico conservador só se aplica a pacientes que estejam em condição estável e não tenham lesões no tronco da coronária esquerda. A vantagem do tratamento medicamentoso é que se reduz a necessidade de internações e implante de stents.

Outro assunto que foi discutido foi o desenvolvimento de novos remédios para controlar o colesterol. Nesse ponto o é foco é a biotecnologia: está sendo avaliada uma molécula que reduziu em até 58% os níveis de LDL. Isso ocorreu de modo duradouro, em pacientes com doença cardiovascular.

Estudos avaliando se esse medicamento reduz eventos cardiovasculares estão em curso. Se mostrarem benefícios, essa opção poderá ser incorporada ao tratamento dos quadros mais graves, contribuindo inclusive para uma maior adesão medicamentosa.

Temos ótimas perspectivas de que novas terapias sejam incorporadas à prática clínica, visando à redução dos eventos cardiovasculares, melhora da sobrevida e da comodidade de tratamento.